Sunday, December 31, 2006

Hanauma Bay Park

Primeiro passo: assistir ao vídeo do parque. Preservação da natureza, algum histórico, noções de conduta, ninguém prestando atenção... Coisas normais de todos os filmes.

Segundo passo: a descida. Cinco minutinhos caminhando ladeira abaixo em meio a um mar de japoneses, mas com a vista mais linda do mundo, simplesmente perfeito!

Terceiro passo: SNORKELING! Meu deus... Eu nunca tinha visto tanta cor junta na minha vida. Foi a minha primeira vez fazendo snorkeling, e uma coisa é certa, não será a última! Peixes grandes, peixes pequenos, peixes de todas as cores, laranjas vivos, alguns amarelo vibrante. Um dos pequenos apelidamos carinhosamente de peixe-africano, porque ele mais parecia com uma daquelas máscaras de guerra africanas e ele também tinha uma coisa parecida com um aerofólio na cauda de cor laranja muito vibrante. Peixes-cofre, peixes-agulha, peixes-trombeta, corais de todos os tipos, muitos, muitos e muitos ouriços. Mas duas coisas que eu vi foram muito especiais... Uma tartaruga marinha gigante e uma moréia. A tartaruga por sí só já valeria todo o passeio. Ela era linda, grandona e não tava nem aí pra gente. Enquanto mergulhávamos, ela ia comendo, limpando todos os corais por que passava. Depois de um tempo ela olho pra gente, encarou um pouquinho, se virou e voltou pro fundo do mar. Pra quem não sabe - que nem eu antes de me dizerem - ver tartarugas marinhas é muito difícil quando se faz mergulho, porque elas ficam em profundidades muito grandes e dificilmente vão à superfície, então encontrar uma enquanto se faz snorkeling, é ainda mais especial.
Como se isso não bastasse, ainda vimos uma moréia. Essa eu ainda conto com mais orgulho porque fui eu que achei. A gente estava flutuando perto de um grande pedaço de coral, quando eu decidi dar uma última olhada. Ela parecia um pedaço de tecido cheio de pintas brancas jogado em cima do coral, mas depois de uma olhada mais profunda, eu notei que ela começou a se mexer. Foi quando me dei conta de que se tratava de uma moréia. Tentei chamar a atenção de todo mundo enquanto ela começada a se mexer e se preparava pra se esconder. Finalmente me olharam e consegui mostrar, orgulhoso, oque eu havia encontrado. Ficamos uns 25 minutos observando enquanto ela protegia sua toca de nós, predadores. Depois de um tempo a gente achou melhor deixar a pobre moréia em paz e começamos a procurar novos peixinhos.
Alguns deles brincavam com a gente, chegando bem pertinho. Outros fugiam com medo. Teve um que ficou avançando na gente pra proteger a casa dele. Foi simplesmente uma experiência indescritível. Eu nunca havia visto tanta vida, e ainda, tanta vida linda em um só lugar.

Enquanto subíamos para deixar o parque, ainda conhecemos uma mexicana-alemã-americana que casou com um brasileiro. Quando ela nos ouviu falando português veio logo conversar pra terinar o dela. Nos contou um monte de coisas da vida dela, inclusive que ela agora mora no Hawaii - que inveja.

Ainda subindo, eu fiquei um pouco decepsionado com algumas latas de cerveja que encontrei no meio dos arbustos do parque. Que tipo de mente perturbada joga latas de cerveja no meio do mato em um lugar tão bonito quanto esse, onde tudo é tão lindo, tão vivo. Depois, olhando novamente para o recífe, vi alguns ignorantes pisando nos corais. Depois de ver o vídeo explicativo, não tem como não saber o mal que isso faz pros pobres corais. Mas não adianta, não importa o lugar, sempre vão haver aqueles que não se importam com a conservação dessa beleza e dessa vida.

Em suma, o parque Hanauma é uma das coisas mais belas que eu pude experienciar aqui em Oahu. Do fundo do mar, só levei lembranças, mas essas vão ficar comigo a vida toda.

Saudações.